Os trabalhadores em educação da rede
municipal de Ilhéus estarão realizando uma nova paralisação de advertência na
próxima terça-feira, dia 09, em sinal de protesto contra a decisão do prefeito
Jabes Ribeiro que se recusa a discutir a campanha salarial 2014 e insiste em
não conceder o piso salarial anual para os professores, como manda a
legislação, e o reajuste anual dos demais servidores. A decisão foi tomada em
assembleia da categoria realizada na manhã desta terça-feira, na Câmara
Municipal de Ilhéus.
Os trabalhadores decidiram ainda que
participarão do Grito dos Excluídos, no próximo dia 07 de setembro, durante o
desfile cívico na avenida Soares Lopes, promovido pela Confederação Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), onde farão o protesto sobre a forma como vem sendo
tratada a educação pública no município de Ilhéus. A categoria também
participará, no dia 09 de setembro, de uma audiência pública na Câmara de
Veadores, às 16 horas, para discutir sobre a situação da educação no
município, em especial a precariedade das unidades escolares, a falta de
alimentação e transporte escolar, além da evasão, que atinge índices
preocupantes.
A audiência publica foi aprovada pelos
vereadores após a participação da presidente da APPI/APLB-Sindicato, Delegacia
Sindical Costa do Cacau, Enilda Mendonça, em uma sessão na Câmara Municipal,
onde fez um relato da situação da educação no município, destacando em o
problema da evasão escolar que tem aumentado a cada ano. O encontro vai contra
com a participação dos secretários municipais de Educação, Marlúcia Rocha, e de
Assistência Social, Jamil Ocké, da APPI/APLB-Sindicato e dos conselhos municipais
do Fundeb, de Educação e de Alimentação Escolar.
De acordo com Enilda Mendonça, os números
registrados no site do Ministério da Educação revelam que as escolas da rede
municipal de Ilhéus vêm perdendo a cada ano alunos para outras unidades e até
outras cidades por conta de problemas que vão desde a precariedade das unidades
escolares, a falta de merenda escolar, de transporte, além da falta de
compromisso do governo municipal com a educação. “Isso acaba gerando prejuízos
para a educação em Ilhéus”, alertou a presidente da APPI.
Enilda Mendonça citou como
exemplo que no ano 2000 existiam 26.462 estudantes matriculados e que no ano
passado o número de matrículas caiu para 21.414. Os dados são ainda mais
preocupantes se forem levados em consideração o número de matrícula dos últimos
quatro anos.nas escolas da rede municipal em Ilhéus. De acordo com Enilda
Mendonça, no período de 2010 a 2013 a evasão escolar foi 258 por cento maior que
a década inteira de 2000 a 2010. A quantidade de alunos matriculados em 2014
não foi divulgada ainda, mas a presidente da APPI disse não ter dúvidas de que
a evasão continua crescendo.
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